Crianças
Um
caminhão necessitava passar embaixo de um viaduto. Aumentar em um centímetro a
altura do vão seria impossível. Então esse caminhão teria que abaixar um cm. Enquanto
engenheiros convocados “quebravam a cabeça” - pois não poderiam mexer na carga -
um garoto de 12 anos passou e sugeriu: “Por que vocês não murcham um pouquinho
os pneus”?
Eu
ministrei estudo bíblico para crianças, então surgiu a questão: “E ali não haverá mais noite, e não
necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e
reinarão para todo o sempre”. Apocalipse 22:5. Eu comentei “ué, não
teremos mais o sol”? Uma das crianças, a Carol, comentou: “Podia deixar de
enfeite”. Sábia resposta. O sol realmente continuará com outra função que não só
a iluminativa: “E disse
Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a
noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos”. Gênesis 1:14. E a presença do sol não findará: “Sei que tudo quanto Deus faz
durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz
Deus para que os homens temam diante dele” Eclesiastes 3:14. Os astros são coisas boas feitas eternas
pelo Criador.
Percepção
e espontaneidade infantis: eu e Elenade estávamos viajando de ônibus na orla de
uma praia em Alagoas, quando ouvimos uma criança que, ao ver o oceano pela
janela, dizia em voz alta: “meu mar, meu mar”. Isso assemelha-se com uma frase
que descrevia a visão do filho sobre a mãe e que finalizou assim: minha mãe é
assim, assim, “e é minha”. Foi uma das frases escolhidas em um concurso de loja
para premiar algumas mães no Dia das Mães em Pres. Prudente.
No
início dos anos 70, eu estudava Desenho Industrial em São Paulo, na FAAP –
Fundação Armando Álvares Penteado. Eu, minha irmã e meu irmão primogênito - com
sua esposa e duas filhas pequenas - moravamos todos juntos a nossos pais, em
Pres. Prudente. Minha irmã, solteira na época, brincava com a sobrinha menor de
quatro anos. Esta, ao saber que eu voltaria nas férias, comentou “Oi, tia, que
bom que o tio vem, ele vai brincar comigo. Quando ele chegar, eu não preciso mais
de você, mas quando ele for embora, aí eu preciso”.
Em
outra ocasião, alguns médicos jogavam futebol. Ao chamarem um deles para
atender a um telefonema, ele disse: “fale que eu não estou”. Que diferente
resposta daria uma criança que não foi acostumada a mentir: “meu pai mandou
falar que ele não está aqui”.
As
crianças são assim, sem hipocrisia nem necessidade de parecerem uma coisa que
não são. Elas falam “na lata” o que sentem. Foi o que ocorreu com uma criança que
foi ordenada fazer a oração de agradecimento pela refeição: “Bom Jesus, eu não
gosto dessa refeição, só tem verde” referindo-se a predominância de vegetais
verdes e ausência do que ela gostava. Já nós, adultos, fingimos que está tudo
bem e não ousaríamos expressar essa forma de oração. Pergunta que um adulto
nunca faria: ao ouvir uma senhora dizer à outra: “eu fui ao banheiro”, a
criança perguntou: “o que você foi fazer lá?”
Jesus
disse, a respeito da sabedoria e inocência das crianças: “Naquela mesma hora se
alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste
às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve”. Lucas 10:21.“Trouxeram-lhe,
então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os
discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai vir a mim os pequeninos,
não os embaraceis, porque dos tais é o reino dos céus”. Mateus 19:13,14. Quando “os principais sacerdotes e os escribas viram as maravilhas
que Jesus fazia e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi! indignaram-se e
perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim;
nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor”? Mateus 21:15,16. Crianças tem a revelação de Deus, o reino dos
céus e dão perfeito louvor.
Que
tal aprender com as criancinhas como cumprir Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o
vosso pensamento”. Amizade com Jesus e ação do Espírito Santo dá poder
para cumprir isso! Com inocência de criança e maturidade espiritual de adulto
que “saiu do leite espiritual”.
Luiz
Kazuo Komoda é produtor cultural: designer, fotógrafo, artista plástico, cronista
e adventista do sétimo dia. Desde 1991 escreve crônicas para o jornal diário O
Imparcial.
Acesse todas crônicas no site do autor pelo link: https://bit.ly/cronicas-de-komoda
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